quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Será que você está vivendo um divórcio silencioso?

O divórcio silencioso é muito mais profundo do que ficar sem falar com o seu cônjuge por dois ou três dias após uma briga ou discussão.

Divórcio silencioso é um processo lento de afastamento um do outro. No geral não é percebido pelos parceiros. Quando é percebido, é encarado como natural e as pessoas recorrem a pensamentos como “é o desgaste natural, devido a rotina, problemas domésticos e responsabilidades em criar os filhos”; mas o divórcio silencioso vai além disso. É um distanciamento de pensamentos, sonhos, objetivos e corpos.

Não existe uma fórmula exata que determine o divórcio silencioso mas existem alguns pontos que devem ser levados em consideração ao se analisar o relacionamento.

A falta de comunicação entre o casal é um fator importante de analise.
O casal passa a falar pouco, não há mais nem ânimo para brigar e discutir como outrora. “Não vale a pena falar nada pois ela não vai entender”... “eu nem digo mais nada para não ver a cara fechada dele”... e assim a comunicação se restringe a assuntos “importantes” como as contas a pagar, o encanamento que está vazando e o estudo das crianças, por exemplo.

Cada um passa a desenvolver suas próprias atividades e o distanciamento cresce ainda mais. Um fica lendo o jornal na sala enquanto o outro está usando o computador no quarto. Um assiste TV enquanto o outro conversa ao telefone... e assim vai por diante. Poucas atividades são desenvolvidas juntas e no geral quando ocorrem é devido aos filhos, único link real entre o casal. Em casos mais graves nem mesmo isso ocorre e é somente um dos cônjuges que vai ver o filho na competição de judô ou a filha numa exibição de dança.

“Sou viúva de marido vivo”, me disse uma senhora. Ela sente-se tão sozinha quanto uma viúva, sem apoio ou participação do marido para nada em sua vida, inclusive na criação dos filhos. Ela vive já há anos um divórcio silencio.

Outro comportamento do divórcio silencio é o distanciamento corporal que pode começar com cada um dormindo enrolado em sua própria coberta e não mais juntos embaixo de uma coberta de casal. Um dorme com a cabeça nos pés da cama enquanto o outro na cabeceira, pois fulano “ronca demais” ou qualquer outro motivo. Quem tem espaço na casa acaba dormindo em quartos separados ou um dorme na sala “para não atrapalhar” o cônjuge que deita mais cedo. Enfim, sempre se dá uma explicação para se ficar bem com a própria consciência e tampar o sol com a peneira.

Muitos casais que “vivem bem”, ou seja, estão juntos, sem brigas, na verdade estão vivendo um divórcio silencioso e nem se quer se apercebem disso.

Se você está casado, mas sente-se sozinho, reflita sobre seu casamento e veja se você não está vivendo um divórcio silencioso. Se a resposta for afirmativa, você pode conversar com seu cônjuge a este respeito, procurar fazer uma terapia para casais, tentar novamente uma reaproximação física e de objetivos executando algumas tarefas juntos e procurando passar regularmente momentos agradáveis na companhia um do outro. Por final, se nenhuma destas estratégias der certo, você tem dois caminhos a seguir... Continuar vivendo o divórcio silencio ou transformá-lo em divórcio legal.


Prof. Sandra Bose é Geógrafa, Psicanalista, Autora do blog INDI(A)GESTÃO


1 comentário:

  1. Pois..... acho que existem mais desses por aí do que se imagina. Todos os casais deveriam ter isto aqui
    http://www.clinicapsicologialisboa.com/clinica_psicologia_lisboa_terapia_casal.htm

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