sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Cidade no campo


Viemos um pouco mais cedo da praia. Estava nublado, nada de sol, as crianças arrepiadas. Chegados a casa, dei  banho à M., o Z. adormeceu no carro, deitámo-lo no sofá e o D. foi tomar banho. Aproveitando o facto de estar tudo encaminhado, perguntei ao E. se ele queria ir correr comigo mas na estrada que fica em frente à nossa casa. Que não lhe apetecia!! Pois eu não me apetece correr às tantas da noite. Ainda para mais queria tirar aquele salgadiço todo do corpo!!! Fui sozinha. Na praia tinha tirado o bikini. Vesti a t-shirt, desatei a parte de cima do bikini e tirei-o. O E. passou-me uma toalha à volta da cintura para eu tirar a parte de baixo e vestir os calções, sem ninguém ver as minhas partes pudibundas. Não me apeteceu vestir roupa interior e lá fui eu correr. É nestas alturas que dou graças a Deus de não ter mamas. Ter tenho, são é canininhas. Ou como diz um amigo, são borbulhas infectadas.
Diga-se de passagem, que pensei logo em desistir. Doia-me imenso as pernas, o final das pernas, as nádegas. Isto passa, ainda não aqueci, pensei. E continuei. Uma volta para lá, uma volta para cá, dou logo de caras com um dos meus vizinhos de Lisboa. Um sr., na minha opinião, cheio de charme, jeitoso, muito calmo. Ora o sr. ( nem sei o nome dele. Raramente trocamos palavras) ia despejar o lixo de bicicleta. Eu a correr. Só pensava que estava sem soutien e sem cuecas. Bonito. Vivo num casal. Meia dúzia de casas. Nunca se vê vivalma, hoje decidiram todos vir à rua. Mais uma volta para lá, mais uma volta para cá, saí o meu outro vizinho de Lisboa, acompanhado de dois indivíduos. Tá bonito. Disse boa tarde e continuei. Deus queira que não olhem para mim. Só me lembrava do que a minha amiga F. me tinha dito um dia destes : “Que achava que eu estava mais gordinha, que o meu rabiosque estava maior. Acrescentou: Não que eu ande a olhar para ele. Ora, o rabiosque maior, num calção curto, deve ser lindo deve. Nada de dar parte de fraca. Segui airosa e segura. Volta para lá, volta para cá, reparo que um dos carros que estava à porta dos meus vizinhos australianos(termo utilizado por nós porque viveram muitos anos na Austrália) tinha a porta aberta. Olhei, um homem lá dentro. No outro carro, de porta fechada, outro homem. Isto numa subida de 50 metros, eu toda transpirada, roupa colada ao corpo. Ainda passei por eles mais duas vezes, já estavam fora do carro a despedirem-se dos vizinhos. Ao passar à minha porta, toco à campainha. O E. está no escritório a terminar um trabalho, abre a porta e eu sempre em movimento, pergunto-lhe há quanto tempo estou a correr. São 19h35min. Deixa cá fazer as contas. Saí de casa às 19h20m, já corri durante 15 min. É pouco e segui. Quem me aparece agora?? O meu vizinho L. que é agricultor. Passa por mim e acena com cara de admirado. Passa por mim duas vezes. Quando vai para a fazenda e quando vem. Por fim, a minha mãe. Atravessa a estrada para ir à fazenda buscar uma alface e diz-me: Põe-te a abusar qualquer dia ainda arranjas um problema. Mais uma volta para lá outra para cá e chega. Finito. Terminato. Não aguento mais tanto movimento, agitação. Credo, parece que vivo na capital.
P.S. 26min a correr. Yes, eu disse 26 min.

1 comentário:

  1. OMGGGGG!!!!!! LOOOOOOOOOLLLLLLL
    Uma pessoa não pode sair de casa em preparos menores e é isto...! Xiça! :D :D
    Adorei este texto!!!

    ResponderEliminar